O Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) ultrapassou a marca de 100 cirurgias bariátricas pelo programa Opera Paraíba. No último sábado (18), a centésima paciente foi operada para iniciar uma nova etapa de sua vida. No mesmo dia, outros quatro procedimentos foram realizados no HSGER. A unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e pertencente à rede estadual de saúde, integra um seleto grupo de instituições públicas que realizam cirurgia bariátrica e metabólica.
A centésima paciente do programa de cirurgia bariátrica do HSGER foi Taynara de Oliveira, de 29 anos, residente na cidade de Solânea. Ela descobriu uma doença autoimune após contrair Covid-19, sendo necessário o uso contínuo de corticoides, o que acarretou o aumento de peso em mais de 30 quilos e na desregulação de seu metabolismo. Em junho, ela foi encaminhada ao Edson Ramalho para iniciar o processo de atendimentos multiprofissionais antes do procedimento cirúrgico.
“Além da perda de peso, eu quero ter mais saúde. Eu tenho uma doença que não tem cura, mas a cirurgia bariátrica e metabólica vai aliviar meus sintomas e me dar mais qualidade de vida”, disse Taynara. Ela contou que foi muito bem orientada pelo médico, bem como por todos os profissionais que a atenderam. “Todos me acolheram bem, o cirurgião me explicou todo o procedimento e os benefícios da cirurgia, mas também teve o nutricionista, a psicóloga e a endocrinologista, entre tantos profissionais”, comentou.
O médico Daniel Hortiz, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, destacou o sentimento de satisfação e gratidão em realizar o centésimo procedimento cirúrgico. “Esse marco não é apenas um número, são 100 vidas transformadas. Cada paciente traz consigo uma nova oportunidade de viver com mais saúde, mais disposição e mais qualidade. Nossa maior recompensa é ver a mudança física, emocional e social dos pacientes. Ver alguém que antes tinha dificuldade para realizar atividades simples do dia a dia e agora está vivendo plenamente, superando doenças graves. Essas histórias nos motivam a continuar”, afirmou.
Para o diretor hospitalar Cícero Ludgero, o HSGER consolidou-se como referência em cirurgia bariátrica e cuidados multidisciplinares no tratamento da obesidade. “Chegamos a essa marca com apenas 14 meses do programa de cirurgia bariátrica no hospital por causa do trabalho e dedicação de nossa equipe multidisciplinar. São diversos profissionais comprometidos em oferecer uma assistência humanizada a quem quer mudar de vida”, pontuou.
Melhorias
Daniel Hortiz explicou que a cirurgia modifica o metabolismo do paciente, acelerando-o. A estimativa é que, ao longo de um ano, o paciente perca de 30% a 40% do seu peso. “A cirurgia controla uma doença chamada síndrome metabólica, um conjunto de doenças que geralmente estão associadas: diabetes, pressão alta, colesterol elevado, gordura abdominal e visceral, reduzindo riscos de infarto, AVC e câncer”, relatou.
O médico enfatizou que, com a realização do procedimento, em torno de 70% dos pacientes hipertensos têm remissão da doença, até sem o uso de medicamentos. “O mesmo ocorre com quem tem diabetes. A maioria consegue ter um bom controle da glicemia sem medicações. O mesmo acontece com quem está com colesterol e triglicerídeos em níveis altos”, acrescentou. A cirurgia é feita por videolaparoscopia. O cirurgião realiza pequenas incisões por onde passa uma câmera e opera por meio de pinças de 5 milímetros de diâmetro.
Requisitos
Para ingressar no programa de cirurgia bariátrica, o paciente deve ter o índice de massa corpórea (IMC) acima de 40, com obesidade de grau três. Também é possível para quem tem IMC acima de 35 e obesidade de grau dois, associada a alguma comorbidade. Mas é preciso já ter havido uma tentativa de tratamento da obesidade por pelo menos dois anos.
O Hospital Edson Ramalho realiza cirurgias bariátricas desde novembro de 2023. O procedimento é feito mediante um processo de avaliação multiprofissional, que inclui cirurgião bariátrico, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e odontólogo. Para ter acesso, o paciente deve procurar a Unidade de Saúde da Família mais próxima para ser encaminhado pela Central Estadual de Regulação. O acompanhamento pós cirurgia é feito por um ano.
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